sábado, 17 de dezembro de 2011
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
“Então finge, garota. Finge que não sente, que não vê. Finge que está tudo bem. Pode fingir, pode agir como se nada afetasse. Finge que a verdade não dói, que as coisas não machucam, que as palavres não ferem. Finge que o buraco cicatrizou, que as pessoas sabem curar, finge que se acostumou com tudo, que mudou. (…) E tarde da noite, quando deitar na cama, chora tudo. Tudo o que pode, que consegue, que quer. Mas enquanto não cai a noite, finge que não se importa. Que as feridas recentes não atrapalham, que falar sem pensar não é consequência. Finge que o mundo não gira, que a vida não corre. Finge que nada mais vai te afetar, que ninguém mais vai conseguir atrapalhar. Finge… É melhor fingir, garota. As pessoas preferem assim, as dores encaixam no tempo, se acostumam com tamanha falta de verdade; com o excesso da mentira. Finge. Age como as pessoas querem. Age como se nada acontecesse. (…) A verdade mesmo é que não querem saber como estão e sim como vai evitar machucar os demais. E não importa o quão ferida estejas, garota. Simplesmente finja. Finja que é forte o suficiente, mesmo que não seja.”
domingo, 4 de dezembro de 2011
“Querido ex-anjo, você me abandonou, não é? Eu também fiz questão de esquecer das suas promessas, e isso foi difícil, porque dia após dia eu lembrava de cada uma delas. E eu chorava, alias, ainda choro ao lembrar que você não cumpriu todas elas. Você disse que ia cuidar de mim, e que ia me fazer feliz… Você cumpriu isso, mas só enquanto esteve comigo. E depois? Você esperava que eu arranjasse outro anjo pra me guiar? Acho que sim, porque você não olhou pra trás quando se foi, e não se importou como eu ficaria, ou se iria suportar. Hoje, depois de muito tempo, te digo que superei. Posso lhe afirmar que minhas lágrimas não foram em vão, que as noites acordadas também não. Ontem foram as últimas que derramei por você, ex-anjo. Passei a noite e a madrugada me embriagando com a nossa história e com a sua essência, liguei para um amigo e o obriguei a me lembrar tudo o que você me fez, o quanto eu sofri depois que você se foi, e prometi a mim mesma que tinha que por um ponto final na história que eu continuei sozinha. Chega de vírgulas, de reticências. Já que não sou capaz de apagar meu passado e muito menos você dele, pelo menos que eu seja capaz de levar as coisas boas, não é? Espero que você pare de assombrar minha vida, porque já que não está aqui pra trilhar junto comigo, ao menos me deixe em paz. E eu espero que você esteja bem, porque eu ainda penso todas as noites ‘como vai você?’. Obrigada por ter me ajudado a crescer, por ter cuidado de mim enquanto esteve aqui, mas agora é hora de partir… Encontramo-nos no céu, porque só lá pra te ver novamente, ou em um lugar melhor que esse. Com amor, sua ex-protegida.”
Gabriela Vieira (respostas-sinceras)